Descobrir um diagnóstico de câncer em seu animal de estimação é um momento delicado. Além do tratamento médico veterinário, a nutrição desempenha um papel fundamental no suporte à saúde e no bem-estar do pet durante essa fase. Este artigo abordará os princípios da alimentação para pets com câncer, os nutrientes importantes e as opções de dieta, sempre com a ressalva da importância do acompanhamento veterinário.
Perda de apetite em animais com câncer
Um fator a considerar diante de um paciente oncológico que recusa alimentação é a localização do tumor, que por si só pode causar a dificuldade na alimentação ou falta de apetite. Tumores em boca ou pescoço podem causar dor durante a apreensão do alimento, mastigação e deglutição, o que leva à recusa do alimento. Tumores nasais podem prejudicar o olfato, sentido extremamente importante para cães e gatos. Tumores em sistema digestivo ou cavidade abdominal podem causar desconforto e náusea, também levando à anorexia. Tratar a dor e a náusea muitas vezes já faz com que o paciente aceite melhor a alimentação. Além disso, mudanças simples na textura e temperatura do alimento podem torná-lo mais atrativo e de mais fácil consumo para esses pacientes.
Além das alterações causadas pelo tumor, efeitos colaterais do tratamento podem gerar a perda do apetite, normalmente de forma temporária. Pacientes em quimioterapia podem apresentar náusea e êmese, e com isso o paciente recusa o alimento. Em pós cirúrgico, a dor também pode ser motivo de anorexia. Nesse caso, o primeiro passo é tratar esse desconforto. Fornecer alimentos saborosos e de boa digestibilidade também contribuem para que o paciente volte a se alimentar mais rápido.
Pacientes que continuam se alimentando de forma voluntária têm um manejo alimentar mais simples. Entretanto, aqueles com perda de apetite ou anorexia precisam de mais atenção neste aspecto e por vezes precisam receber os nutrientes necessários por outras vias.
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O uso de sondas para suporte alimentar podem ser alternativas em algumas situações, como para melhorar a condição de um paciente com dificuldade de se alimentar enquanto se planeja uma cirurgia, especialmente no caso de tumores orais ou nasais, ou no pós-cirúrgico para garantir a nutrição e até mesmo facilitar a medicação no caso de cirurgias mais extensas. O paciente poderá inclusive permanecer em casa, sendo alimentado pela sonda. Nesse caso, o médico veterinário irá instruir o tutor sobre como utilizar a sonda, quantidade e frequência da alimentação.
Como realizar a alimentação de pacientes oncológicos?
Em casos específicos pode-se utilizar alimentação parenteral (diretamente na veia). Porém o suporte nutricional via oral (seja pelo consumo voluntário ou mesmo por sonda) é preferível sempre que possível, por ser mais próximo do fisiológico, seguro, econômico, nutricionalmente completo e garantir o fornecimento de nutrientes para manter a integridade da mucosa intestinal.
A boa alimentação contribui com o tratamento dos animais
As células tumorais utilizam preferencialmente glicose para o seu metabolismo, e em grande quantidade. Sendo assim, a restrição desse nutriente pode contribuir para o tratamento do paciente. A elevação do teor proteico na alimentação do paciente tem por objetivo aumentar o fornecimento de aminoácidos, com o intuito de compensar a maior demanda por parte do paciente em função do crescimento tumoral, na tentativa de evitar a perda de massa muscular. A gordura possui boa digestibilidade e teor energético, além de conferir palatabilidade à dieta. Essas características ajudam a fornecer alimentos com elevado teor energético em um menor volume de alimento. Suplementos de ácidos graxos das séries ômega-3 são os principais nutracêuticos a serem considerados para animais com neoplasia, podendo ajudar a minimizar a perda de massa muscular associadas com a caquexia.
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Por outro lado, também é necessário evitar o excesso de peso. Entre os tumores mais comuns em cães estão o linfoma e o mastocitoma. Em ambos é bastante comum que seja utilizado corticoide como parte do protocolo de tratamento. Entre os feitos adversos dessas medicações estão o aumento do apetite e, por isso, esses pacientes muitas vezes começam a pedir mais comida, mesmo aqueles que não tinham esse hábito. Também temos aqueles pacientes que já tem um bom apetite normalmente e mantém esse apetite durante o tratamento. E claro, um animalzinho doente, pedindo comida, torna-se muito difícil ao tutor negar. E o resultado é um aumento de peso que pode ser bastante prejudicial, principalmente se considerarmos que geralmente são paciente idosos e boa parte deles com comorbidades que podem ser agravadas pelo sobrepeso. A utilização de petiscos pouco calóricos e saudáveis (como alguns vegetais) podem contribuir para saciar o animal e deixar o tutor mais tranquilo!
Uma alimentação adequada é parte importante do tratamento oncológico. Para os pacientes que aceitam bem, uma ração com as características adequadas e de boa qualidade, pode ser um bom caminho. Em muitos casos, a alimentação natural pode ter um excelente resultado. Lembrando que, especialmente no caso daqueles tutores dispostos a seguir com a alimentação natural, torna-se indispensável o acompanhamento do veterinário especialista em nutrição, que poderá prescrever uma dieta personalizada e adequada a todas as necessidades e particularidades do paciente. Da mesma forma, qualquer suplementação nutricional só deve ser estabelecida pelo médico veterinário, conforme a necessidade do paciente.
Como a Dieta Cetogênica pode auxiliar no tratamento do câncer?
Sobretudo, a resposta está relacionada a baixas quantidades de carboidrato. De acordo com especialistas de nutrição animal, o principal alimento do câncer é o açúcar, obtido através dos carboidratos. No momento em que há um menor consumo de carboidratos, as células tumorais param de se multiplicar, ou seja, evitam o desenvolvimento do câncer.
Mas afinal, qual a diferença entre a Dieta Cetogênica e a Dieta Low Carb?
A Dieta Cetogênica nada mais é do que uma dieta Low Carb mais restrita, com uma menor ingestão de carboidratos. Os alimentos nas duas dietas são os mesmos, o que muda é a quantidade de carboidratos consumida. Apesar disso, ambas as dietas são recomendadas não só no tratamento do câncer, como também na prevenção e no tratamento da diabetes e da obesidade.
Por fim, quais são os alimentos permitidos em uma Dieta Cetogênica e Low Carb?
Alimentos liberados
- Proteínas de ovos e carnes: frango, peixe, carne bovina, carne suína, cordeiro.
- Vegetais: brócolis, couve-flor, tomate, abóbora, batata-doce, mandioquinha, cenoura, ervilha, entre outros.
- Gorduras naturais dos alimentos: azeites, óleo de coco, gorduras de origem animal.
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Alimentos a serem evitados
- Refinados e processados: farinhas e farelos de origem vegetal.
- Grãos e cereais: milho, trigo, soja e arroz.
- Gorduras vegetais, como margarina.
- Doces e açúcares
Conclusão
A nutrição adequada é uma parte essencial do tratamento de pets com câncer. Uma dieta balanceada, com restrição de carboidratos simples, aumento de proteínas de alta qualidade, adição de gorduras boas e antioxidantes, pode ajudar a melhorar a qualidade de vida e o bem-estar do seu companheiro. Lembre-se sempre de consultar um veterinário para obter orientações personalizadas e garantir o melhor cuidado para o seu pet. A informação contida neste artigo não substitui a consulta com um profissional veterinário.
Perguntas Frequentes
Qual o melhor suplemento para cachorro com câncer?
O DHA, juntamente com o EPA, é um ácido graxo essencial ômega-3 que deve ser obtido através da dieta, pois o organismo não o produz. Estudos apontam o DHA como um novo aliado no combate ao câncer.
Qual alimento dar para cachorro com câncer?
O consumo excessivo de carboidratos refinados pode contribuir para o desenvolvimento de obesidade e hiperglicemia, fatores de risco para alguns tipos de câncer. Controlar a ingestão desses carboidratos, dentro de uma dieta equilibrada, pode ser benéfico para a saúde em geral, incluindo para pacientes oncológicos.
Pode dar arroz para cachorro?
Pode porém deve ser preparado sem temperos e servido como um complemento à alimentação regular, e não como substituto.